terça-feira, 30 de setembro de 2008

O ritual do Chá

THEE (Holanda), THÉ (França), TEA (Inglaterra), HERBATA (Polónia), TE (Suécia), ÇAY (Turquia), CHA (China/Japão), TEE (Alemanha), (Itália), CHÁ (Portugal) (Espanha) CHAI (Rússia).
Diz a lenda que, em 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nong, preocupado com as epidemias que devastavam o Império, decretou um edital que exigia que todas as pessoas fervessem a água antes de a consumirem.
Certo dia, quando o imperador passeava pelos seus jardins, pediu aos seus servidores que lhe fervessem água, enquanto descansava debaixo da sombra de uma árvore. Enquanto esperava que a água arrefecesse, algumas folhas vindas de uns arbustos caíram dentro do seu copo, atribuindo à água uma tonalidade acastanhada. O Imperador decidiu provar, surpreendendo-se com o sabor agradável. A partir desse momento ficou adepto do chá, induzindo o seu gosto ao seu povo.
Na China, chama-se CHA DAO à arte de preparar o chá. Quando bebem chá, os chineses apreciam primeiro o seu aroma... Agradecem o chá batendo o dedo 3 vezes na mesa. As chávenas são colocadas em círculo e servem-se todas de uma só vez... até meio. Os chineses acreditam que o resto da chávena é cheio com a amizade e o afecto...
No Japão, a cerimónia do chá é conhecida como CHADO e assenta em 4 princípios: Harmonia (WA), Respeito (KEI), Pureza (SEI) e Tranquilidade (JYAKU). A cerimónia ocorre numa casa de chá, em bambu ou madeira, CHASHITSU, rodeada por um jardim de plantas verdejantes. Para manifestar respeito pelo TEISHU, nome dado a quem serve o chá, roda-se a tigela para a direita antes de começar a beber e novamente para a esquerda depois de se terminar o chá. O lado da tigela que o TEISHU nos ofereceu para beber é o melhor, no entanto, deve ser recusado mostrando que não somos suficientemente bons para beber por aí...
Nalgumas zonas da Rússia usam três bules colocados uns em cima dos outros, para manter o chá quente.
O bule do meio, geralmente, contém chá preto forte. Em cima é colocado o mais pequeno, com uma infusão de ervas ou menta e no maior, que fica por baixo, é colocada água quente.
No Médio Oriente bebe-se, habitualmente, chá de menta, que é visto como a bebida da hospitalidade. Pelas suas propriedades digestivas é também utilizado no final das refeições. A tradição dita que não se deve beber mais do que três copos de chá: o primeiro é doce como a vida, o segundo forte como o amor, e o terceiro amargo como a morte.
O famoso chá das 5 é uma tradição britânica, introduzida na Corte Inglesa pela Rainha Catarina de Bragança. O chá preto é o mais utilizado em detrimento do chá verde, e é acompanhado com leite e scones.
O chá não é apenas uma bebida. Constitui uma arte ritual e espiritual - é uma atitude, um momento de prazer, de repouso, de intimidade entre amigos, de harmonia com a natureza.

domingo, 21 de setembro de 2008

"O Acto Sexual É Para Fazer Filhos"

Este episódio passou-se há uns anos atrás, na Assembleia da República, quando se discutia sobre a Legalização do Aborto. O Deputado João Morgado, do CDS, numa das suas inteligentes intervenções disse: «O acto sexual é para fazer filhos».
Natália Correia perguntou-lhe quantos filhos tinha:
- Um! (coitado do Morgado, estava desgraçado).
Para seu azar, Natália Correia nesse dia estava particularmente inspirada, e ali mesmo na bancada pegou numa caneta e num papel, escreveu um poema e pediu a palavra.
A sua intervenção foi ler o poema que tinha acabado de compor. Foi uma gargalhada geral no hemiciclo e em Portugal, porque teve honras de Telejornal.
Aqui vai:

O TRUCA-TRUCA DO MORGADO
Já que o coito
- diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! - uma vez.
E se a função faz o orgão
- diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Natália Correia

Todos os Homens são maricas quando estão com gripe

Pachos na testa Terço na mão Uma botija Chá de limão Zaragatoas Vinho com mel Três aspirinas Creme na pele Dói-me a garganta Chamo a mulher Ai Lurdes, Lurdes Que vou morrer Mede-me a febre Olha-me a goela Cala os miúdos Fecha a janela Não quero canja Nem a salada Ai Lurdes, Lurdes Não vales nada Se tu sonhasses Como me sinto Já vejo a morte Nunca te minto Já vejo o inferno Chamas diabos Anjos estranhos Cornos e rabos Vejo os demónios Nas suas danças Tigres sem listras Bodes de tranças Choros de coruja Risos de grilo Ai Lurdes, Lurdes Que foi aquilo Não é a chuva No meu postigo Ai Lurdes, Lurdes Fica comigo Não é o vento A cirandar Nem são as vozes Que vêm do mar Não é o pingo De uma torneira Põe-me a santinha À cabeceira Compõe-me a colcha Fala ao prior Pousa o Jesus No cobertor Chama o doutor Passa a chamada Ai Lurdes, Lurdes Nem dás por nada Faz-me tisanas E pão-de-ló Não te levantes Que fico só Aqui sozinho A apodrecer Ai Lurdes, Lurdes Que vou morrer.

António Lobo Antunes

sábado, 20 de setembro de 2008

"Sorria, está a ser filmado!"

Actualmente, assistimos à materialização do poder, ao controlo aberto e contínuo da sociedade, feito através da vigilância, concretizada pela propagação das câmaras espalhadas por toda a parte: no comércio, bancos, escolas e até mesmo nas ruas. Onde quer que vamos encontramos “Sorria, está a ser filmado”. Algumas vezes, devido à onda de pânico gerada pelos atentados terroristas, com o objectivo de conseguir uma maior segurança. Mas, quem vigia o vigilante? Quem está por trás das câmaras?
Todos podem e querem espiar todos, com o intuito de transformar os modos de viver, pensar e agir dos indivíduos.
Em todo o lado deixamos os nossos dados, os nossos e-mails, mensagens SMS e conversas.
Quem quer que seja que controla os nossos dados pode decidir se vamos conseguir um empréstimo bancário ou se nos podemos deslocar para outro país.
Imagine estar num restaurante, pedir uma bela de uma feijoada e o empregado dizer…
- Não o aconselho porque consta da sua ficha médica que sofre de colesterol.
E, quando for pagar com cartão de crédito:
- Lamento, mas vai ter de pagar em dinheiro. O limite do seu cartão de crédito foi ultrapassado.
Estaremos a viver um Big Brother, sendo seguidos por um olho electrónico?
Este conceito já tinha sido abordado no livro “1984”, de George Orwell. Neste livro, todos os habitantes de um país fictício são vigiados diariamente, por câmaras que funcionam como olhos do governo (“The Big Brother is watching you”). Passados pouco mais de cinquenta anos da publicação do livro de Orwell, o receio do totalitarismo cedeu lugar à sedução, através da invasão de câmaras em programas televisivos.
Tais programas expõem os seus participantes a situações limites e dão margem a uma série de análises. O olho que vigia e pune, é o mesmo que possibilita a fama.
Convém lembrar que somos nós os produtores e produtos desta sociedade que criámos. Não somos simples marionetas deste jogo de forças.
Não estaremos a ir longe demais, sendo difícil um retorno?

domingo, 7 de setembro de 2008

Escolhi um lugar...


“- Escolhi um lugar para ser enterrado.
- Onde é?
- Não é longe daqui. Numa colina, por baixo de uma árvore, diante de um lago. Muito sereno. Um bom sítio para pensar.
- Estás a planear pensar lá?
- Estou a planear estar morto lá.
Ri-se. Rio-me.
- Vais visitar-me?
- Visitar?
- Vem só conversar comigo. Faz isso numa terça-feira. Vens sempre às terças-feiras... Olha para mim.
- Estou a olhar.
- Virás à minha sepultura? Contar-me os teus problemas?
- Sim. E vais dar-me respostas?
- Dar-te-ei o que puder.”

In “As terças com Morrie” de Mitch Albom

sábado, 6 de setembro de 2008

Uma orquestra e muitos vegetais

The First Vienna Vegetable Orchestra foi fundada em Janeiro de 1998.
Não se trata de uma orquestra qualquer. Esta orquestra faz músicas com… vegetais. Antes de cada espectáculo os músicos vão ao mercado comprar os seus “instrumentos”.
Desta orquestra fazem parte o tomato, o cucumberophone, o carrot recorder, o hallowed celery e o radirimbafrigglegiggle, instrumentos criados a partir de vegetais frescos e aperfeiçoados em cada concerto.
Constituída por 10 músicos, um técnico de som e um cozinheiro. Sim, um cozinheiro porque no final de cada espectáculo é ele que entra em acção para preparar, com estes instrumentos e com o que resta deles, uma sopa que é distribuída pelo público.
Mas não, estes artistas não são vegetarianos.
Tocam desde música tradicional africana, música erudita e experimental e o que é incrível, inspiram-se na música electrónica contemporânea.
Mas este projecto não é puro divertimento, pois já gravaram dois discos, o mais recente chama-se Automate [2003] e o primeiro intitula-se Gemise [1999].
Uma orquestra a ouvir!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A viajem do Gnomo

Um gnomo retirado do jardim de seus donos, na cidade britânica de Longlevens, foi devolvido após sete meses de ausência, juntamente com um álbum de fotos mostrando os lugares por onde passou. Uma história parecida foi retratada no filme “O fabuloso destino de Amélie”.
A peça de decoração passeou pela África do Sul, Suazilândia, Moçambique, Nova Zelândia, Austrália, Singapura, Tailândia, Camboja, Vietname, China, Hong Kong e Laos.
Junto com o álbum de fotos, encontrava-se uma carta:
"Cheguei à conclusão de que o mundo é um lugar muito grande e que há mais na vida do que observar o tráfego diário e permitir que os gatos me urinem em cima.”
O porta-voz das autoridades de Gloucestershire permaneceu sério sobre o assunto, dizendo: “Qualquer roubo de propriedade ou pessoa, mesmo que seja realizada como uma brincadeira, será tratado como um crime pela polícia.”
Será que vai virar moda? Qualquer dia levam-nos os cães de louça!
As fotos para mais tarde recordar...























As mensagens escondidas na Água

Há um tempo atrás li um livro muito interessante, intitulado “As mensagens escondidas na água”. Foi escrito pelo Dr. Masaru Emoto, um investigador japonês, reconhecido internacionalmente, que se tornou famoso ao demonstrar como a água está profundamente ligada à nossa consciência individual e colectiva.
Usando fotografia de alta velocidade, descobriu que os cristais formados em água gelada revelam alterações quando lhes são dirigidos determinados sons, palavras, imagens, pensamentos…
A água proveniente de fontes límpidas e a água que tenha sido exposta a palavras de amor exibe padrões de flocos de neve brilhantes, complexos e coloridos.










Fonte de água puracccccccccccccccccccccccccccccccccccPalavra Amor

Em contraste, a água poluída ou a água exposta a pensamentos negativos, forma padrões incompletos e assimétricos, com cores baças.










Lago poluído cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccPalavra Morte

Há quem questione esta experiência, pois os resultados sobre a relação entre os cristais de água e os sentimentos e pensamentos não foram comprovados cientificamente.
Uma pesquisa que envolva um assunto ligado a qualquer disciplina científica só pode ser considerada como cientificamente comprovada quando a comunidade científica tiver reproduzido a experiência, obtendo os mesmos resultados, e analisado, de forma crítica, todos os métodos e argumentos utilizados.
Não desvalorizando o trabalho deste investigador, só não consigo perceber como uma palavra, escrita num rótulo, consegue transferir fluidos para a água dentro do frasco. Além disso, palavras que numa cultura são consideradas negativas, noutra podem não ser. Por exemplo, a palavra MORTE. Para alguns ela é algo terrível, que produz sentimentos de medo, de horror, etc.
No entanto, nalgumas culturas, a palavra MORTE tem outro significado. Significa libertação, é um voltar a “casa”, o reencontro com os entes queridos.
De qualquer forma, esta experiência dá que pensar. Se for cientificamente comprovada, gera uma nova consciência, uma vez que os seres humanos e a Terra são compostos maioritariamente por água. Desta forma, indica-nos como podemos exercer um impacto positivo na Terra e na nossa saúde pessoal.
Mais uma prova de que o positivismo é o segredo para uma vida plena.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

It's The End Of The World (As We Know It)

Quem não se lembra desta música dos R.E.M.?
O Fim do Mundo… tantas vezes apregoado…
Confesso que as profecias têm um atractivo especial. É como se estivéssemos a assistir a um filme. Não sabemos o final, esperamos sentados… quem sabe, comendo umas pipocas. Só há um porém, quando terminar, no dia seguinte, não poderemos comentá-lo com ninguém. Mas também não ouviremos os críticos a dizer: «O apocalipse podia ter sido mais apocalíptico, especialmente no final».
Muitas das profecias não se referem a um fim e sim a uma época de mudança.
Por exemplo, o calendário Maia prevê que algo de muito grave se passará no solstício de Inverno que decorrerá a 21 de Dezembro de 2012. Ora, sabe-se que nesta data a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa Galáxia. Sabe-se que no centro da Galáxia existe um buraco negro. Baseados em Einstein e em alguma informação astronómica, há quem diga que o alinhamento com este buraco negro levará a uma mudança do campo magnético terrestre. Isto conduzirá à ocorrência de tsunamis, vulcões, terramotos, etc.
Sinceramente, acho que o verdadeiro problema da sociedade é precisar de datas e oráculos para lhe indicar o que acontecerá no futuro. Não é preciso olhar para calendários para ver como tudo anda de mal a pior. Se queremos mudanças, não podemos estar à espera de milagres, coisa a que o Português está habituado. Tudo se resolverá por obra do Espírito Santo e de Nossa Senhora de Fátima...
Parece que nada nos vai matar a não sermos nós mesmos. Somos nós os responsáveis pelo estado do Planeta. Embora poucos o assumam.
Não, meus amigos. Eu não perco o fim do mundo por nada deste mundo!