sábado, 20 de setembro de 2008

"Sorria, está a ser filmado!"

Actualmente, assistimos à materialização do poder, ao controlo aberto e contínuo da sociedade, feito através da vigilância, concretizada pela propagação das câmaras espalhadas por toda a parte: no comércio, bancos, escolas e até mesmo nas ruas. Onde quer que vamos encontramos “Sorria, está a ser filmado”. Algumas vezes, devido à onda de pânico gerada pelos atentados terroristas, com o objectivo de conseguir uma maior segurança. Mas, quem vigia o vigilante? Quem está por trás das câmaras?
Todos podem e querem espiar todos, com o intuito de transformar os modos de viver, pensar e agir dos indivíduos.
Em todo o lado deixamos os nossos dados, os nossos e-mails, mensagens SMS e conversas.
Quem quer que seja que controla os nossos dados pode decidir se vamos conseguir um empréstimo bancário ou se nos podemos deslocar para outro país.
Imagine estar num restaurante, pedir uma bela de uma feijoada e o empregado dizer…
- Não o aconselho porque consta da sua ficha médica que sofre de colesterol.
E, quando for pagar com cartão de crédito:
- Lamento, mas vai ter de pagar em dinheiro. O limite do seu cartão de crédito foi ultrapassado.
Estaremos a viver um Big Brother, sendo seguidos por um olho electrónico?
Este conceito já tinha sido abordado no livro “1984”, de George Orwell. Neste livro, todos os habitantes de um país fictício são vigiados diariamente, por câmaras que funcionam como olhos do governo (“The Big Brother is watching you”). Passados pouco mais de cinquenta anos da publicação do livro de Orwell, o receio do totalitarismo cedeu lugar à sedução, através da invasão de câmaras em programas televisivos.
Tais programas expõem os seus participantes a situações limites e dão margem a uma série de análises. O olho que vigia e pune, é o mesmo que possibilita a fama.
Convém lembrar que somos nós os produtores e produtos desta sociedade que criámos. Não somos simples marionetas deste jogo de forças.
Não estaremos a ir longe demais, sendo difícil um retorno?

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